Dossiê BSB
O pinto na bosta, a seita universal do cu, o ofurô goiano e o reinado do frango

Por partes, feito Jack, o Estripador
Os louros
Minha empresa foi premiada nacionalmente pelo desenvolvimento de um projeto do qual fui a consultora. Chefitcho achou justo que eu fosse a Bsb receber o prêmio das mãos do Ministro das Cidades. O Sr. Olívio Dutra que – com todo o respeito por seu passado político – fala mais do que o Homem da Cobra

Tradução : Homem da cobra : personagem mítico que vende remédios caseiros que servem para um tuuuuuuuuuudo

A entrega do prêmio : No memorial JK na última quinta pela manhã foi looooooooooonga. É o que de melhor posso falar. Muito bacana a iniciativa, mas foi muito longa. Mesmo. Horrorosamente longa.

A chegada e a primeira noitada de frango
Que quase não houve. Cheguei no Aeroporto dos Guararapes e meu nome simplesmente não estava na lista do vôo. Consegui resolver o bregueço e embarcar assim mesmo. Em Bsb, Macaca me esperava com uma garrafa de Famous Grouse. Eu, que não sou fraca, trouxe uma garrafa de Jameson 12 anos (presente de minha querida Holandesa) , a qual foi totalmente vertida goelas abaixo na noite de quarta mesmo.
Macaca deleitou-se na cozinha, onde preparou um frango ao forno com berinjelas, pimentões e cebola. De acompanhamento, um couscouz árabe com bastante hortelã e outros temperinhos.

Quem te viu quem te vê, porque, à nossa época de faculdade, a madame era especializada mesmo em ovo com arroz, em kitute de boi com molho de tomate, em mistura de sardinha com qualquer coisa....

Quinta é dia de acupuntura, Beirute e eleições!
A Acupuntura
Fui me consultar com a terapeuta de Macaca. Foi ótimo, Cinco agulhadas e o diagnóstico: terei que aprender a dormir e a chorar ou então meus problemas renais só se agravarão. A terapeuta me passou um floral, dois óleos e um chá. Foi bom. Preciso me obrigar a voltar para a medicina natural alternativa. E urgente!

O charuto e as eleições no Beirute
Evidente! Como me furtar a comer um delicioso charuto? Agora me explica como é possível vc sentar-se a uma mesa de bar em Bsb onde só se discutem as eleições de Recife? Fala sério! Surreal. Estávamos em três mesas e nesta onde eu estava sentada haviam uns quatro pernambucanos jornalistas e, portanto, apaixonados por política e nostálgicos. Esse povo lê mais a editoria política dos jornais locais do que eu, que moro e voto aqui!

E quanto a este assunto, fica a dica: http://www.ombudspe.blogger.com.br, um blog criado pelo Centro de Cultura Luiz Freire que se dispõe a debater as notícias dadas pelos três jornais de maior circulação de Pernambuco.

Sexta: A Nega abusada, a compraterapia e a empata a foda (que não houve)
Minha amiga Passionatta me ciceroneou na sexta. Diga-se de passagem, no final de semana anterior tinha sido o aniversário de Macaca. Pelas contas do estado etílico do povo, deve ter sido um arraso. Passionnata estava de colete cervical de um tombo que tomou sabe-se lá como, onde e a que horas...

Ainda assim, a moça foi muuuito gentil e paciente: passamos o dia batendo perna, fazendo compraterapia e rindo muuuuuuuuuuuito. Abusada que só ela!

Primeiro fato: a feira do Paraguai
Comprei quase tudo: de microsystem a ímãs de geladeira.

Segundo pit-stop: restaurante natural e maaaaaaaaaaaaais frango
Paramos na farmácia homeopática para pegar as receitas que mandamos aviar na véspera e aproveitamos para comer no restaurante natural ao lado.

Adivinha? Frango de novo. Dessa vez desossado e recheado com cenoura.

Terceira parada obrigatória:
Fui conhecer o cafofo de Passionata e encontrar Henrique, figuréeeeeeeeeerrima que já ciceroneei em Recife por duas vezes. Adoro o moço, é um fato. Coisa fofa.

Na terceira parada foi a quase empata-foda-que-não-houve. A empata a foda que quase não houve é que Passionatta estava com encontro marcado com marmitinha (que, furigundo, não apareceu). Dormimos eu e Macaca na casa da moça, após cervejada devidamente acompanhada por Val.

Sábado de aniversário e maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais galinha
Aniversário de Ruivo, figura que eu não via há pelo menos uns seis anos. Adivinha o menu: galinhada, prato típico goiano. A cozinha estava sendo comandada por mestre Nico. Na cozinha fazia uns cinco graus a mais do que no resto do apartamento. Aliás, Bsb estava quase insuportavelmente quente devido à seca. (E tome cerveja pra passar o calor)

Final de festa, todo mundo mais pra lá de até. Adivinha : caaaaaaaaaaaaaaaaldo de galinha que tinha sobrado da preparação da galinhada. Meu deus! Daqui a pouco criarei penas de tanto frango que eu comi.

O fato é que no núcleo cozinha, estávamos falando sobre rola e Mr. L, dispara “Mas aqui só se fala de rola! Vamos falar de buceta e democratizar este papo”.

Macaca: Faremos melhor! Falemos de cu, que é universal
Alguém: Vamos então fundar a seita do cu universal
Todos na cozinha: O cu é universal! O cu é universal!

Domingo: o ofurô goiano e mais frango
Quando eu morava em Bsb e dividia apto com Macaca, tivemos a brilhante idéia de comprar uma piscina de plástico e instalar na sala. O nome da festa de inauguração seria “É proibido mijar dentro”.

Bom, daí que eu me mudei pra Recife em 99 e a idéia da piscina de plástico para aplacar a seca nunca saiu do papel. No sábado, no aniversário de Ruivo, retomamos essa conversa e o pessoal disse que uma piscina de plástico na verdade seria mais um ofurô goiano (leia-se um trocadilho de pura sacaneação com os goianos, vizinhos do DF) do que uma piscina de verdade.

A festa foi rebatizada :
Ofurô Goiano
É proibido mijar (ou gozar) dentro

Pois no domingo pela manhã saímos de novo à feira do Paraguai para comprar a famigerada piscina, parcos 1,92 por 1,0 m e subimos para os condomínios da ESAF(leia-se casa de casa de Nando e Mônica, casal simpático pápis de uma boxer de nome Frida – que não é a Khalo)

Compramos o mimo a R$ 90,00 e o carregamos. Quando os amigos souberam que ia rolar de fato o ofurô goiano, o dia de sol no jardim de Mônica e Nando tornou-se um evento: todo mundo ficou encarregado de levar um galeto e, de repente, éramos dez adultos e uma criança se revezanso numa piscina de plático no jardim com vista para a vegetação de cerrado do planalto.

Sensacional. Fizemos uma farofa divertida, arroz e maionese de batata pra fazer bate-entope.

Resumo da estória: ri muito, farrei muito, ri bastante, me diverti horrores.

Em compensação, acho que vou passar um mês sem comer frango.

EXTRA! EXTRA! EXTRA
Sobre o dia em que eu fui pedida em noivado

Como assim, Bial?!?!?!
Sábado à noite. Conversa paralela em meio ao filme (Big Fish) no DVD:

Lindo : Eu estava pensando numa coisa esta semana e nem te contei...
Eu : O que foi?
Ele: Estava pensando em ficarmos noivos. O que vc acha?
Eu (de cima do meu discurso de “respeito formalidades, mas não as entendo”) : Olha, vc sabe o que eu penso sobre cerimônias do tipo “batizado, formatura, etcétaras e afins”. Mas quanto ao “noivado” confesso que acho uma bela forma de firmar um compromisso
Ele: Então? Topa noivar comigo?

A melhor parte: as versões
Então foi assim. Eu aceitei. Agora vem a melhor parte: as reações:
De Púshkin para Miss S, do outro lado do telefone
Púshkin: O Lindo pediu Púshkeen em casamento e ela aceitou. Já tem data, camarada?
Eu: Púshkin, não é casamento. É N-O-I-V-A-D-O!

De Catirina
Eu: Olha só. Fui pedida em noivado
Ela : O QUÊ?!?!?!?!?! (leia-se, nas entrelinhas: “Mainha vai m-o-r-r-e-r!!!")
Eu: Mas não conte NADA à sua mãe por enquanto que eu tenho que comunicar o fato a meu irmão.

De Zézin, meu colega de trabalho que dirige o carro do meu departamento, para o Lindo
Zézin: Olha só! Acho bom vc encostar logo ela na parede! Seja rápido, porque senão ela foge!
Lindo: Hahahahahaha!!!

A melhor de todas: O meu irmão, a conseqüência e o progresso
Eu, em conversa com o meu irmão, explicando que não poderia vê-lo no próximo sábado porque havia sido agraciada com um prêmio do Governo Federal e terei que ir à Brasília na quinta e aproveitarei para passar o final de semana. Aproveitei a ocasião e comuniquei o fato. Lá pras tantas, meu digníssimo irmão solta a pérola:

Ele: Estou muito orgulhoso de vc. Parabéns!
Eu (cínica, que perco o amigo, mas não a piada): Orgulhoso por qual das partes? Pelo prêmio ou pelo noivado?
Ele: Pelo noivado, lógico. O prêmio é conseqüência do seu trabalho. O noivado, sim. Este é um PROGRESSO!

Então é isto. Atualizando dados: minha campanha na qual me empenhei meses a fio foi vencedora de um prêmio nacional concedido pelo Governo Federal e fui pedida em noivado. Tudo numa semana só. Ufa!

Extra! Extra!
Vendem-se votos por casamentos!
Tenho uma tia realmente fora do comum. Trata-se da mãe de Catirina, que ultimamente está empenhada em fazer campanha para o PMDB de Festoca (leia-se Cadoca), enquanto Catirina, convicta de suas resoluções político-partidárias, vai votar no PT. A conversa seguinte se refere a um ex de Catirina, quase-futuro-genro que Tia B A-D-O-R-A

Diálogo surreal:

Catirina : Mainha, encontrei fulaninho e disse a ele que vc vai votar em Festoca
Tia B : Mas por quê vc fez isso?
Catirina : Ué? E num é verdade? Assuma seu voto, oras!
Tia B (com a cara mais séria do mundo e achando aquilo a coisa mais normal que se pudesse dizer no momento): Ah, mas diga a ele que, se ele casar com vc, eu voto no PT

Catirina, contando isso lá em casa, emenda:
Catirina : Sinceramente, dá vontade de sacudir ela e perguntar : "Alooooow! Tem alguém aí?!?!"

Tia B tem dessas coisas absurdas e maravilhosamente generosas de acreditar num mundo melhor e de ser a pessoa mais devota ao amor que eu conheço. No ano passado, no início do meu relacionamento com o Lindo, ela me mandou uma surpresinha de presente de natal. Quase caio pra trás quando abro o presente: tratava-se de um jogo de toalhas de banho e de rosto brancas com as minhas iniciais e a do Lindo gravadas em linha azul.

Pois é. Maravilhosa. Uma doida cujo ídolo em época de adolescência era Leila Diniz. Coisa boa não haveria de sair daquela cachola mesmo...