O Recife e o Bar Savoy. É Carlos Pena Filho na veia
Inspiradíssima que estou pelo passeio noturno, vou postar aqui coicinhas sobre meu poetinha recifense preferido (e olha que é parada dura: tem o Bandeira, o João Cabral e uns outros tantos que é foda de escolher....)
Então, como não ando apaixonada por ninguém ,mas sempre pelo Recife, deixo de brinde um poema de Carlos Pena Filho, recifense ilustre e poeta profícuo que morreu super-joem. Boêmio inveterado, freqüentava sobretudo o Bar Savoy, reduto de poetas e maluquetes de plantão durante a década de 50. Adoro este poema e espero que quem o leia goste tb.
"Na Avenida Guararapes
O Recife vai marchando
O Bairro de Santo Antônio
Tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde
nais se assemelha a um festim.
Nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chope
são trinta homens sentados
trezentos desejos presos
trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma
a outra, amar pela metade
e, daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar de vida
num diabólico festim
Por isso, no Bar Savoy;
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chope
são trinta homens sentados
trezentos desejos presos
trinta mil sonhos frustrados."
A título de esclarecimento:
Carlos Pena Filho morreu em acidente de automóvel em 1960 e tornou-se conhecido pela canção "A Mesma Rosa Amarela", parceria com Capiba que foi gravada por figuras do top de Maysa. Ele era um show de poeta. Mesmo.
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