E quando ele vinha, esguio
Alforje de batalhas e semblantes tardios
Era meu
Cavaleiro Inexistente
Gladiador andarilho
Relutante, reluzente
Tal os ébrios, maltrapilhos
Ah, meu saltimbanco vagabundo
Tu, que desafas a dor do mundo
Não desafiarás teu inimigo?
Trannsforma o teu peito dividido
Em anjo, duende, demônio proibido
Querubim libidinoso, colombina apaixonada
Que seja a tua noite a eterna alvorada
Folia, recanto, além-mar e morada
Ah, meu Serafim traiçoeiro
Tu, que desafias o mundo inteiro
Não desafiarás o meu partir?
Tormenta, torpor, amnhã e porvir?
Pierrô sorridente, euforia e cavalgada
Relâmpago, tempestade, musical e trovoada
Que seja a tua noite o além da madrugada
Mais que vinho, ou que lua, ou paixão inebriada
Ah, minha manhã de carnaval
Tu, que desafias brisa e temporal
Não desafiarás o teu temor?
De rir, de chorar, de exaurir o próprio amor?
Amanhecer, anoitecer, pôr-do-sol e revoada
Rouxinol, imensidão, mar azul e gargalhada
Que seja a tua noite mais que a noite embriagada
Mais que o medo, o silêncio...e a intenção de ser amada.
Cavaleiro Inexistente
(Brasília, dez/ 97)
Eu era jovem. E o mundo fazia sentido, quando nada ainda havia sido explicado. Não escrevo mais poemas. Aliás, nunca os escrevi, eles sempre surgiam do nada. Carreira encerrada antes de iniciar.
O Cavaleiro? Ele jamais existiu. Para todo o sempre seria apenas inexistente...
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