Conselho pras amigas que têm topado com os palhaços por aí:
Sair à caça em tempos de carência afetiva, acreditem, é o mesmo que ir ao supermercado quando se está morrendo de fome – termina-se levando o que não é necessário
A frase é de Flávia de gusmão, jornalista sangue bão, na excelente coluna Sexo@Cidade, veiculadas todas as segundas-feiras no Jornal do Commercio.
No Sexo@Cidade de hoje, sob o título "Meu passado é um Dálmata : Cheio de manchas", apelei o último paágrafo para o amigo da versão gay do Homem é Tudo Palhaço (postado mais abaixo).
Bom, deixo aqui só o último parágrafo (que tb serve para Lindinha, amiga de Catirina que, pelo que soube, tb teve um final de semana uó). Recomendo a leitura de Sexo@Cidade toda segunda-feira. Flávia é um luxo: escreve bem, é inteligente, culta, sagaz e mordaz.
3- As manchas de cada um
As manchas do nosso passado farejam momentos de fraqueza como esses. E elas atacam justamente quando resolvemos sair da toca e ir à luta, em busca do parceiro ideal que teima em não aparecer. Num rompante, resolvemos desafiar o destino com uma roupa bacana, num lugar da moda. Ela, a mancha, vai estar lá, à nossa espera. As manchas do nosso passado são todos aqueles homens com quem, sob a luz sóbria do presente, não temos a mínima idéia do porquê de termos ficado com eles. Não são seres desprezíveis, são apenas criaturas que nada têm a ver com nossos anseios. Por exemplo: se você é a pessoa mais avessa do mundo a esse papo esotérico, vai travar conhecimento e manter relacionamento justamente com um sujeito que começa a conversa tentando advinhar o seu signo, e errando. Nas CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão) você acharia aquilo simplesmente uó, mas, considerando a tal carência afetiva, vai até julgar interessante o tal cavaleiro do zodíaco. Não demora muito e vai terminar, por algum tempo, lendo sobre xamanismo, andando no carro com o adesivo “Bruxa a bordo” e ouvindo Oswaldo Montenegro. Sair à caça em tempos de carência afetiva, acreditem, é o mesmo que ir ao supermercado quando se está morrendo de fome – termina-se levando o que não é necessário.
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