Avião, quarto de hotel, solidão....
Não gosto de viajar a trabalho. Nunca gostei. Só aquelas viagens quando a gente conhece alguém na cidade que nos arranque do peito esse misto de solidão e encucamento que bate incondicionalmente quando a gente está só. Após 12 horas de voos e aeroportos, estpu em Campo Grande (MS). Volto segunda pra minha caminha e os cães que moram comigo.
Ontem vi o ex. De novo tentamos resolver uma pendência de uma conta de fone que está no meu nome. Mais uma vez não conseguimos. Disse que achava que aquilo começava a soar como ato falho. Mas ele não entendeu o que eu quis dizer. Mais uma vez. Não sei porque ainda me surpreendo.
Queria ser capaz de acreditar em palavras e gestos. Queria um pedido de desculpas pelo desamor que não me esforcei por causar. Queria um reconhecimento de atos muito graves e mentiras em nome de não sei o quê. Vê-lo, definitivamente não me faz bem. Não fico feliz ainda em saber que ele anda beijando outras bocas na rua. Luto é uma coisa pela qual ainda passo e que gostaria que fosse respeitada, do fundo do meu coração burro da porra, de coração poeta desmantelado como os sonetos de Carlos Pena Filho.
Mas fazer o quê? Cada um só dá o que tem. E nem sempre o que a gente deseja é o que é melhor pra nós. E também me sinto incompreendida. E me sinto injustiçada. E preciso ser franca comigo mesma: por mais que eu não tenha qualquer motivo pra reclamar da vida (e nunca reclamo), esse ainda é um assunto que mexe comigo, me magoa e me faz me sentir muito triste. Infelizmente, no mundo real, ele existe. No meu mundo ideal, ele evaporaria no ar, feito gás rarefeito, coisa besta assim.
Vai passar.
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