Pra Me Enlouquecer É Mais Caro

República Anárquico-frevocrática fundada em 2002 por Rainha do Maracatu Roubada de Ouro, Senhor do teu Anel e Catirina Sem Mateus. Atualmente é administrada pela Mulherzinha 3.4 e a Rainha do Maracatu Roubada de Ouro. Afinal de contas, nunca perdemos a nossa majestade

segunda-feira, agosto 31, 2009

Falando em coisas boas

Meu pai passou a última semana comigo. Foi muito bacana. Além de ter me apoiado em absolutamente tudo (inclusive com a proposta indecente de largar meu emprego e ir passar uns tempos com ele no sertão do Seridó - RN), ele tem um humor particularmente próprio que invejo em silêncio.

Na verdade esse humor jocoso faz parte da família dele como um todo: um bando de sertanejos fortes capazes de enxergar nas mínimas coisas um pouco de alegria.

Na última semana ele me contou um episódio de um primo que, após anos sendo chifrado pela mulher, resolveu se divorciar.

Dia desses, a fulana liga pro agora ex-esposo, que tinha voltado a morar com a mãe. Um dos irmãos dele atende (no total, são 12 filhos!)

Ela: Onde está fulano?
Irmão: Não está aqui não. Viajou
Ela: Você está me enganando, rapaz? Pois diga a aquele mocinho que se ele não me ligar de volta eu esqueço dele pra sempre, viu?
Irmão: Você jura que é verdade ou está dizendo isso só pra me agradar?

Pois é. Um outro irmão deles chegou na casa de uma tia nossa, no interior e ela, tentando aradar, disse que ia fazer uma galinha guisada. Perguntou a ele qual era sua parte preferida da galinha pra dar uma caprichada ao posto que ele respondeu: "Tia, da galinha mesmo eu só não gosto muito é do bico".

Coisas da vida. Quando eu crescer quero ter um humor assim: descompromissado

Foi assim...

Uma falha no meio do nada. Parece que eu perdi aquela minha contaginate capacidade de alegrar o meu redor, de levar um pouquinho de luz a quem precisa.

Mas já parei de purgar minhas culpas. Pedi uma segunda chance para fazer dele o homem feliz que gostaria que ele fosse.

Ele não quis nos dar essa chance.

Fazer o quê?

Cheguei à fatal conclusão que não o amo mais. Aquele homem, aquele menino por quem eu me apaixonei, teria abandonado o mundo inteiro e partido pra luta. E eu fiquei assim: só e desamparada, justo no momento quando mais precisava. Não sei nem se o termo é ingratidão. Mas é fato é que aquela relação não existe mais. Aquele homem não existe mais. Aquela mulher em mim, ele a enterrou quando me deixou partir. Me fez enxergar que minha vida, até ali, era nada mais do que uma fraude.

Queria não sentir essa coisa minúscula, esse vazio de sexta-feira oca no meu peito que inspira tempestade e que deixa as pontas dos meus dedos e do meu nariz gelados. Queria não ter essa esperança vã de desejar amargamente que ele - um dia - venha a pensar melhor. Queria não desejar assim: rejeitá-lo quando - e caso - esse dia chegasse.

Por ora, estou me acostumando aos fatos. Às fases.

De lado bom: me cuidando. Aprendendo a viver comigo mesma. Vi que a casa anda muito mais em ordem. Quiçá o meu coração. Posso colocar o lixo pra fora e o fardo de virar um botijão de 20 litros de água no bebedouro não é tarefa tao árdua quanto se julga. Assim, eu promulgo a mim mesma o direito de viver em liberdade e ter mais tempo pra pensar em mim, coisa há muito esquecida nesse mundão de meu Deus.

Eu tinha parado de escrever também. Ele não me entendia, não me alcançava. Terminei por enterrar tudo aquilo que sentia por escrito no papel e por desorganizar os pensamentos dentro da cachola - esse universo que ainda me é tão estranho e abstrato.

Começar de novo. Tudo e mais uma vez.

Com a ironia de que - de repente - me parece que os meus 33 anos fazem de mim uma mulher muito jovem pra cultivar amargura e azedume. "Vai ser gauche na vida é maldição pra homem!"

Vamos ver o que nos reserva o destino.

Et le futur?

Le Futur est à Dieu!

Saravá!

Falem bem, falem mal...

Triste é se separar num domingo e - na terça-feira - virar pauta das redações. Se eu tivesse ganho um prêmio ninguém falava nada...ô racinha de urubus carniceiros...tsctsc

Pé-de-pinto-espalha-bosta

Minha amiga Macaca chega do Rio de Janeiro esta sexta. Ô só que estou abstêmia...

Direto do Front

Solteira. Again. Decisão de retornar à escrita. Recomendação através de sonhos. Bem pensado. Desde que comecei esta relação - há seis anos - abandonei o teclado. Boa hora pra voltar