Foi assim...
Uma falha no meio do nada. Parece que eu perdi aquela minha contaginate capacidade de alegrar o meu redor, de levar um pouquinho de luz a quem precisa.
Mas já parei de purgar minhas culpas. Pedi uma segunda chance para fazer dele o homem feliz que gostaria que ele fosse.
Ele não quis nos dar essa chance.
Fazer o quê?
Cheguei à fatal conclusão que não o amo mais. Aquele homem, aquele menino por quem eu me apaixonei, teria abandonado o mundo inteiro e partido pra luta. E eu fiquei assim: só e desamparada, justo no momento quando mais precisava. Não sei nem se o termo é ingratidão. Mas é fato é que aquela relação não existe mais. Aquele homem não existe mais. Aquela mulher em mim, ele a enterrou quando me deixou partir. Me fez enxergar que minha vida, até ali, era nada mais do que uma fraude.
Queria não sentir essa coisa minúscula, esse vazio de sexta-feira oca no meu peito que inspira tempestade e que deixa as pontas dos meus dedos e do meu nariz gelados. Queria não ter essa esperança vã de desejar amargamente que ele - um dia - venha a pensar melhor. Queria não desejar assim: rejeitá-lo quando - e caso - esse dia chegasse.
Por ora, estou me acostumando aos fatos. Às fases.
De lado bom: me cuidando. Aprendendo a viver comigo mesma. Vi que a casa anda muito mais em ordem. Quiçá o meu coração. Posso colocar o lixo pra fora e o fardo de virar um botijão de 20 litros de água no bebedouro não é tarefa tao árdua quanto se julga. Assim, eu promulgo a mim mesma o direito de viver em liberdade e ter mais tempo pra pensar em mim, coisa há muito esquecida nesse mundão de meu Deus.
Eu tinha parado de escrever também. Ele não me entendia, não me alcançava. Terminei por enterrar tudo aquilo que sentia por escrito no papel e por desorganizar os pensamentos dentro da cachola - esse universo que ainda me é tão estranho e abstrato.
Começar de novo. Tudo e mais uma vez.
Com a ironia de que - de repente - me parece que os meus 33 anos fazem de mim uma mulher muito jovem pra cultivar amargura e azedume. "Vai ser gauche na vida é maldição pra homem!"
Vamos ver o que nos reserva o destino.
Et le futur?
Le Futur est à Dieu!
Saravá!
2 Comentários:
"Mulher pe desdobrável. Eu sou.", leitura de Adélia Prado. Bom demais... morta de orgulhosa da senhora. bjo, raphaela.
Que bom que tu voltou pra cá!!!! Uma coisa boa no meio desse furacão. Seja bem vinda de volta!!!!
Postar um comentário
<< Página inicial