Das boas coisas da vida...o meu pai
Meus pais se separaram quando eu era muito nova, 11 anos. Neste tempo todo muita água rolou em baixo da ponte e eu tive que assumir responsabilidades muito cedo, virar chefe de família aos 23 anos com a morte da minha mãe e passei uns bons anos afastada do meu pai. Acho que nós dois não soubemos lidar com essa perda. De tudo: da minha mãe, de nós mesmos, enfim, de uma parafernália de coisas.
Retomamos nossa relação há coisa de três anos. E tem sido uma sensação maravilhosa. Ele e a família dele são uns sertanejos vencedores, éticos, divertidíssimos e muito, muito unidos. Apesar de ele ser um homem pouco afetivo fisicamente falando, ele sabe demonstrar seus sentimentos com uma precisão cartesiana, uma vez que é engenheiro;
Nesse processo todo de abandono, rejeição e perda pelo qual acabei de passar, meu pai - pela primeira vez - assumiu o "papel de pai" com respeito e presença na minha vida. Coisas do tipo: me propôs largar emprego e ir passar um tempo com ele em pleno sertão do Seridó (RN), passou uma semana comigo em Recife mesmo eu sabendo que ficar longe de casa pra ele é quase a morte, fiquei com um monte de despesas não previstas (inlcuindo aqui a terapia que eu - burramente - não priorizei antes) e meu dinheiro não deu pra chegar ao final do mês. Pois é. Ele me ajudou. Eu, que aos 33 anos, nunca tinha pedido dinheiro pra papai antes porque trabalho desde os 14. Aliás, eu nem pedi. Ele me mandou
Meu pai me faz feliz. É bom fechar essa gestallt. Quem me conhece há alguns anos sabe do que estou falando e da importância desse fato na minha vida.
3 Comentários:
Meus pais se separaram quando eu tinha 4 anos de idade. Meu pai era muito agressivo, muito embora nunca tenha batido em minha mãe. Só voltei a falar com ele aos 28. Foi a melhor coisa que poderia me ter acontecido, evoluí muito, passei num concurso público... Meu pai veio a falecer 1 ano e meio depois (fumava barbaridade), porém as portas que ele abriu em meu emocional, em minha vida, me guiarão pelo resto de minha existência.
Já os meus se separaram quando eu tinha 6 anos. O que mais me recordava dele era a rispidez e a distancia emocional. Passei dois anos sem falar com ele e há uns 7 ou 8 retomamos um contato mais próximo. Apesar de nos darmos bem, não consigo esquecer a ausência e falta de companherismo. Alguma dica? Hj, somos mt mais amigos de farra. Alguma dica?
Daniel
Sei bem o que vc sente. Resgatar essa amizade com o meu pai foi bem bacana mesmo.
Àas vezes: o meu também é parceiro de cachaça. Mas se ele estiver te fazendo falta como 'paizão' mesmo, que tal dizer isso a ele? Talvez ele esteja mais preocupado em ser seu amigo por enquanto. Já deu esse espaço? Já se perdoou? Já o perdoou?
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