Pra Me Enlouquecer É Mais Caro

República Anárquico-frevocrática fundada em 2002 por Rainha do Maracatu Roubada de Ouro, Senhor do teu Anel e Catirina Sem Mateus. Atualmente é administrada pela Mulherzinha 3.4 e a Rainha do Maracatu Roubada de Ouro. Afinal de contas, nunca perdemos a nossa majestade

quarta-feira, abril 07, 2004

Falando em jornalista....
Quando eu digo que é raça de doido, ninguém me leva a sério. Então, vou provar que tenho lógica na minha colocação através do texto de Cícero Belmar, na comemoração dos 85 anos do JC. Sensacional. Muito bem escrito (mas vou deixar só uma parte, ok?):

Ah, os grifos são por minha conta!

O caos aparente da redação
Publicado em 31.03.2004


Redação de jornal, do Oiapoque ao Chuí, é o mesmo modelo: discussão de pauta, crítica de erros da edição, comentários entremeados pelo mais fino veneno, ironias inteligentíssimas, corre-corre, estresse, gente sem tempo para nada. Se o habitat da espécie “jornalista” fosse observado como um aquário, o leitor inevitavelmente teria sérias dúvidas: a primeira, a mais clássica de todas, indagaria se aquele povo consegue pensar e escrever ao mesmo tempo, a outra, se com aquele caos o jornal sairia mesmo no dia seguinte, e, por fim, se toda aquela movimentação obedeceria a um comando planejado e lógico, uma vez que tudo parece funcionar de forma espontânea e independente.
Nenhuma dessas perguntas é exagerada. Convém, antes, explicar que redação de jornal é o espaço físico de toda empresa de comunicação onde se reúne o maior número, por metro quadrado, de pessoas que juram ser normais. Há controvérsias, pois a natureza da profissão exige que o jornalista lide com o tempo diferentemente do resto da humanidade: hoje é ontem, amanhã é hoje.

Como se sabe, pelos cânones da psiquiatria, a confusão com o tempo é um péssimo sinal, um descolamento da realidade. Se isso for pouco para mostrar um certo, digamos, desajuste, outro exemplo pode ser definidor: diante de uma tragédia, o jornalista não sente aflorar em seu peito magro o sentimento da comoção. Ele só consegue ver no fato ocorrido uma singular manchete. E, eureca, diz: “Isso dá uma matéria!”