Coisas das quais eu me envergonho em Pernambuco...
Me envergonho da violência banalizada e gratuita. Perdi cinco amigos assassinados em Recife por motivos que variavam entre o roubo de um carro a um passe de ônibus e R$ 13,00. Não foi um ou dois, mas cinco amigos, cinco jovens que morreram em situações distintas. Ao longo da semana, no fim de semana, durante o dia, durante a noite...
A Folha de Pernambuco estima que apenas 1% da população é formada por gente do crime. E é essa galera que nos acua, nós, os pobres mortais trabalhadores honestos, ou seja: os 99% restantes da população.
Isso me entristece, me envergonha, me desestimula a passar o resto dos meus dias aqui. No caso de Catirina foram duas perdas financeiras em uma semana apenas: em dois assaltos ela perdeu o som do carro, o vídeocassete, a TV, o ar-condicionado...
Mas antes e a despeito de qualquer coisa, perdeu o humor, a graça, coisas mais importantes que o vil metal. Quanto a esse (o vil metal) graças a Deus temos boa saúde e emprego pra trabalhar e recuperar o que essas tristes pessoas nos levam assim, de solapada e sem questionamentos.
Mas eu fico triste. Triste com o fato de que apenas este 1% da população está armada. E atira sem pensar que há vida do outro lado do cano do revóver, que há uma mãe em casa a esperar, um filho que vai sentir saudades, um amor que jamais irá se recuperar...
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Acho que o que me entristece é imaginar que Recife é uma cidade onde (triste estatística) 40% da população vive abaixo da linha de miséria. E isso não é desculpa pra que essas pessoas saiam por aí promovendo a violência. Agora, avalia se todo mundo se revoltar e sair pegando o que lhe acha que é de direito!?!?!?
Porra, eu sonho com uma cidade melhor pra próxima geração.
Será que eu devo deixar de sonhar?
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