Capítulo III – Da boataria e dos “achismos”
Extraído do jornal: “enquanto uma funcionária do zôo aprova o comportamento de Capitu, dizendo que ela faz aquilo “por amor", ao lado do local onde vivem os personagens do triângulo amoroso pára uma pick-up branca. Da janela, grita uma moça: “vai para casa, vagabunda, que o teu marido está te esperando!"
Até hoje procuro uma resposta para o “caso Capitu". Não sei se o que mais me impressionou foi o fato de um espécime superar o próprio instinto para satisfazer este mesmo instinto, já superado, ou se o embate público criado pela mídia e alimentado pela população de, procurar, em Capitu, uma razão – quiçá uma resposta – para o comportamento Humano!
É isso mesmo. O que senti nos dizeres dos jornais eram respostas diferentes para a mesma pergunta. O problema é que a pergunta jamais foi dirigida à Capitu, mas à cada um daqueles que a formulou:
“E se fosse comigo?"
Para os que aprovaram ou desaprovaram, meus sinceros perdões de jogar-lhes à cara tamanha hipocrisia. Sincera estava sendo a pipoqueira do zoológico quando disse, ao ser questionada sobre a questão:
“Tenho que trabalhar. Cada um leva a vida como quer”
E continuou vendendo sua pipoca.
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