Ah, mas eu queria que ele fosse assim: meigo. Doce e suave como brisa de fim de tarde, reconfortante feito aconchego de sol de domingo de manhã.
Ah, mas eu também queria que ele fosse assim: de rompantes intensos e alegrias fugazes feito manhã de carnaval, quando tocam os clarins e acordam, na alma da gente, o êxtase da folia de momo, quando o mundo passa a pertencer, de fato, a todo mundo.
Pois é. Mas é em seu peito que eu me aninho e gosto de dormir. É naquela textura de sua pele castigada e macia que eu deslizo. É na boca generosa onde me perco. É nas mãos precisas diante das quais me rendo.
Ah, mas eu sinto saudades não só da boca, das mãos, da pele. Sinto saudades das risadas francas e sadias. Sinto saudades dos olhos arrebatadores que sorriem iluminadamente. Mas é que essa maré, essa brisa, esse vendaval, estão sempre aqui comigo, guardados e aconchegados na certeza de uma estória boa, com menos frases concessivas ou intercaladas, com mais parágrafos de sol, com mais cheiro de mar, com mais esperança no futuro, repleta de vírgulas e sem pontos finais.
Quer namorar comigo quando eu crescer?
O título do textículo chama-se "Ah". E, sim, é um pedido de namoro.
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