Mania feia essa...
A de escrever cartas e não mandá-las. Lembrei dessa qui, escrita em maio de 2001 cujo destinatário jamais conheceu (sim, escrita para o Médico Esquizofrênico). É só um trechinho, mas eu tô meio assim mesmo esses dias.
"...Os dias têm sido mais tranqüilos. Não mais corridos ou menos insensatos. Apenas meu coração anda menos inquieto – não que isso seja uma constante.
Os dias têm passado mais depressa que o costume e eu às vezes, receio se não perco tempo demais – ou se dedico tempo de menos - ao mundo.
Os dias têm sido quentes e eu tenho esperança que eles permaneçam assim, calorosos.
Os dias têm sido imprescindíveis e o céu tem andado infinitamente azul, testemunhando cada pôr-de-sol em tons de lilás e cor de chama quando a noite cai.
Sinto saudades de quando eu conseguia escrever cartas.
Longas e necessárias.
Breves e concisas.
Verdadeiramente emocionais ou apaixonadas.
Hoje, restrinjo-me a te ver partir, indefinidamente, enquanto torno a escrever mais uma vez com aquela ausência que me acomete todas as vezes que tento escrever algo destinado a ti.
Gostaria de ser um pouco mais capaz de “deixar-me ser”, relegar indefinidamente meus sentimentos às linhas que hora mancham de tinta o papel, e, assim, reencontrar-me naquelas cartas que escrevi um dia, quando ainda não havia esta culpa de não desejar sentir absolutamente coisa alguma que não fosse esta ausência indefinida e sóbria.
Mas que me mantém sobre e sob os trilhos que – acredito – irão me levar a algum lugar."
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