Sobre Depilação, piriguetismo e seção mulherzinha de subúrbio
Pra quem pensa que ser mulherzinha é fácil, deixa eu esclarecer uma coisa: não é. Definitivamente. Tenho dito. Nem é fácil ou barato, diga-se de passagem.
Tô falando isso porque, solteira convicta que ando, decidi me alforriar da depilação. Minhas amigas estão em polvorosa. Não sabem se concordam ou discordam, se apóiam ou colocam nota de desagravo no meu Facebook, se me arrastam à revelia pra uma clínica de depilação ou se abrem uma espumante comigo pra celebrar essa tal liberdade.
Depilação é chato. Doi pra burro. E é caro. Se você for escolher um salãozinho modesto, como é o meu caso, santoamarina que sou, vai morrer na mesa de depilação com uns R$ 50,00 a menos no bolso pelo pacote completo: pernas, axilas, buço (bigode, ignorante!), frente e verso.
Frente e verso, amigo internauta do sexo masculino que adora ver a mulher lisinha e pronta pra o sexo selvagem é o famoso X1 e X2. Significa que nada do que você vê é natural. Pra que a gente fique com aquela aparência limpinha e esteticamente diagramada, isso significa que a gente deita lá na caminha da depiladora e fica em posições praticamente ginecológicas pra mocinha arrancar a cru e com cera (quente ou fria) todos os pelinhos que nós, idiotas de plantão cismamos de colocar na cabecinha oca de vocês que eram feiosinhos. Isso mesmo. Arrancamos tudo, sem dó ou piedade. Do lado de dentro também, sabiam? Na ‘frente’ e no ‘verso’. Imaginou, papudo?
Passando às unhas, a gente deixa o salão com R$ 15,00 a menos pra fazer mãos e pés. Se resolver fazer uma limpezinha de pele básica lá se vão outros R$ 25,00. E se o caso for dar uma pisa na peruca (leia-se ‘escova’, ignorante), lá se vão outros R$ 15,00.
Fez a conta aí, seu bruto? Lá se vão mais de R$ 100 pratas em salão de subúrbio só pra ficar a contento, digna de tirar a roupitcha e não dar um susto naquele cafuçu que a gente teimou em catar na Sem Loção, na Putz, no BregaNaite ou em qualquer outra festinha dessas onde a macharia sai piriguetando atrás de sexo sem compromisso.
Ai, num quero não. Canso só de pensar. Por ora – mas só por ora – quero ficar assim, versão Macaca Monga, me ocupando só das minhas unhas (que pra mim é sinal de higiene). Por ora assumo minha versão predadora cansada, desiludida da vida e apaixonada por mim mesma.
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