Quer saber? Vou publicar!
Cartinha que eu escrevi pro Lindo quando a gente terminou.
Pois é. É o que eu estou sentindo. Eis o motivo da minha mudez temporário.
Eu sei que vai passar. Mas, por enquanto, tô expurgando os males. Preciso de um banho de mar e de um avião pra Bsb. Macaca, não estranhe se eu aparecer por aí em Brasília, ok?
Queria que vc pudesse ouvir uma canção de Piazzolla neste instante. Queria que vc conseguisse entender o que estou sentindo. Acredito que a canção de Piazzolla te faria entender perfeitamente o que sinto neste exato minuto:
Me pergunto pra onde foi aquele homem que gritou em plena rua repleta da gente que me amava. Me pergunto pra onde foi aquele homem de mãos precisas e em cujos braços eu me perdia pra em sua boca me encontrar de novo. Me pergunto onde foi aquele homem em cujos olhos eu não enxergava nada mais do que a verdade do calor que nos consumia. Me pergunto onde se escondeu aquele homem que se orgulhava de mim e que me dizia querer segurar a minha mão. Me pergunto pra onde foi aquele homem que me pediu para não correr dele, mas de encontro a ele.
Ele não está mais lá. Não estava desde ontem, quando se deitou comigo querendo me deixar. Ele simplesmente me traiu. Ele me escondeu o que sentia, o que queria, o que desejava e o que resumia ser a atitude correta a tomar.
Sim, eu achava que estávamos nisso juntos. Sim, eu achava que vc queria que eu estivesse por aqui. Sim, eu achava que era isso que você queria.
Mas agora? Não sei. Não sei de mais coisa alguma. Tua voz me repete angustiada “Eu te amo do fundo do meu coração”. Tua voz me pede “Espera por mim”. Tua voz me sussurra “Machuquei quem eu mais amo”.
E eu? O que pensar? O que fazer? Como agir?
Eu, que te entreguei meu coração
Eu, que te abri os gradis das minhas muralhas, até então bem guardadas de todo e qualquer tipo de sentimento que me fizesse tão feliz, tão mulher, tão plena e ... tão tua.
Queria correr de novo. Queria fugir, viajar sei lá pra onde, não deixar destino certo, privar você não da minha companhia, mas da minha dor. Privar você não da minha presença, mas sobretudo, da minha ausência, quando sequer minha voz está lá pra te dizer “Vá com calma”. Da minha voz que te geme “amor” enquanto me possuis freneticamente. Da minha voz que te sussurra “Eu te dei meu coração”. Da minha voz que te diz, agora, “eu não estou mais segura”.
Mas estou aqui. Vou estar sempre. Não só porque te amo. Mas porque te quero bem antes e a despeito de qualquer coisa. Como homem. Como amigo. Como você sempre foi: meu amigo.
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