Pra Me Enlouquecer É Mais Caro

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segunda-feira, fevereiro 01, 2010

BOMBOU, BOMBOU, BOMBOU

Aguardem aqui noticias e fotos do desfile do Suvaco da Asa. Foi um espetáculo.

Por hora, segue o texto da materia publicada na edição de ontem do Correio Brasiliense.

O Suvaco bombou!

Criado há quatro anos com “uns 150 gatos pingados”, o bloco reuniu mais de 2 mil foliões

João Rafael Torres


O bom carnaval de rua tem sempre essas coisas de improviso. Pouco antes das 11h de ontem, um dos organizadores do bloco Suvaco da Asa recebeu uma ligação, direto de Recife. Do outro lado, um dos músicos da orquestra convidada para animar a festa disse que o grupo não embarcaria: o voo em que vinham tinha sido cancelado e, para uma nova tentativa, só conseguiriam chegar aqui depois das 23h. No susto, os organizadores tiveram de improvisar: contrataram uma orquestra candanga, mas não menos competente, para colocar o bloco na rua. E conseguiram, com o maior sucesso de público desde a inauguração: somente na concentração, a Polícia Militar estimou cerca de 2 mil pessoas.

Essa será uma das histórias que marcarão a passagem do Suvaco em 2010. Criada há cinco anos por um grupo de jornalistas, a maioria deles pernambucanos, a agremiação carnavalesca carrega em si a clássica irreverência do carnaval de rua de Olinda e Recife Antigo. Preza pelas fantasias, individuais ou em grupo, e pelo frevo de qualidade. Resgatam, num tom de festa e brincadeira, a inocência da alegria gratuita, sob um sol apocalíptico. E conquistam, aos poucos, a adesão de mais e mais brasilienses. Rodrigo Hilário, um dos organizadores, lembra que em 2006 eram “uns 150 gatos pingados”, sem grandes pretensões. “Ano passado terminamos o trajeto com 3 mil pessoas, com dados da PM. Este ano, deverá ser ainda melhor”, comentou, pouco antes da partida dos foliões.

Todo ano funciona assim: o grupo se concentra na entrada do Cruzeiro, num quiosque. Segue pelas ruas do dito setor econômico do Sudoeste. E, por lá, engrossa o número de espectadores. Muitos dos que olham curiosamente, direto das sacadas, se rendem e engrossam o pelotão. Na passagem de ontem, surgiram personagens dos mais excêntricos: a menina Maísa e Sílvio Santos, uma família inteira de espanholas, drag queens com seios (de espuma) de fora, belas mascaradas… A comissão organizadora rendeu homenagens ao Beirute, com uniformes estilizados. Foi no bar que a brincadeira começou.

Também estavam lá velhos companheiros do bloco, como a administradora Maria Cláudia Nunes, 28 anos, moradora do Cruzeiro e frevista assídua no bloco. Recifense, filha de paraibanos e criada em Brasília, ela vê no encontro uma chance de preservar a identidade brasileira. “Vemos aqui as histórias contadas por nossos avós. Estar aqui é obrigação, igual era o dever de casa”, disse. Outro que fez questão de lá estar foi Romildo de Carvalho Junior, presidente do Galinho de Brasília. Até mesmo o mais tradicional bloco de frevo da cidade se rende ao Suvaco, como uma prévia de carnaval. “Tudo que defende a tradição e a beleza do frevo merece apoio. Juntos, fazemos a tradição mais forte”, disse.