O confisco dos bens legíveis
Burrinha que sou, lembrei de fazer bagagem pra dois (pra mim e pro Lindo)
Tá, não faltou nada, mas adivinha o que eu esqueci?
Um livro. Qualquer um que fosse (estou lendo Baudolindo, do Umberto Eco, presente de Holandesa, mas esqueci em casa).
Para resolver esse gravíiiiiiiiiiiiiiiiissimo problema,´Púshkin me salva com uma Superinteressante e um livro do Eduardo Bueno sobre estória do Brasil. Miss S, sua consorte, me sai com um 11 Minutos, do Paulo Coelho.

Apelou perdeu!
Resumo da Ópera: confiquei TUDO o que se podeia ler no domingão. Traceia superinteressante, li uns cinco capítulos do livro do Bueno e ainda matei os 11 minutos do Paulo Coelho até a página 89.

Mas ele é ruinzinho mesmo
Não adianta. paulo Coelho bem que se esforça, mas ele é ruim mesmo. A estória de 11 minutos trata da ida de uma nordestina para a Suíça onde ela, por força das circunstâncias, torna-se prostitua. O livro só engata mesmo depois que ela passa a vender o corpinho (e olha que isso é na página 70 de um livro de 220 páginas). de resto, ele enche uma lingüiça de forma sofrível.
Bom, pelo menos a editora está tomando mais cuidado e dispensa o leitor dos erros de português recorrentes que eu via na obra de Paulo Coelho quando eu tinha meus 14 anos.

Mas eu até defendo o Paulo Coelho
Continuarei achando o coitado sofrível. Mas gostaria de lembrar ao caro leitor que é esse cara que fez o Brasil redescobrir o hábito da leitura e eu respeito ele apenas por isso.
Outro bom motivo para aprender a respeitar o Paulo Coelho é que ele traz dinheiro - e muito - pra literatura, o que faz com que a editora tenha grana sobrando pra lançar os pobres-coitados-escritores-de-talento que não teriam chance em editoras que não têm tempo ou dinheiro a perder com obras maravilhosas que vão sair das estantes da livraria apenas para os 1)viciados; 2) anormais; 3) angustiados (sim, e eu me enquadro nas três categorias, fazer o quê?)
Enfim, o Paulo Coelho está contribuindo para colocar a literatura nos saudáveis hábitos dos brasileiros.

Tá, mas antes que eu me esqueça: como escritor ele é um ótimo marqueteiro.
E tenho dito